quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

OS TRÊS PORQUINHOS E AS TRÊS EDIFICAÇÕES



Versão do conto de fadas direcionada à vida espiritual.

Três porquinhos e um lobo-mau


PERSONAGENS:
PORQUINHO I
PORQUINHO II
PORQUINHO III
LOBO-MAU
 
  
ATO I
 
CENÁRIO: Floresta. No meio dela a fachada de uma casa de feno. Essa casa deve ter no mínimo uma porta. Essa “edificação” deverá ser fácil de ser derrubada, para que facilite na cena do lobo derrubando a casa.
(Em cena o Porquinho I. Ele está todo orgulhoso, observando sua criação.)
PORQUINHO I: (Secando o suor do rosto) Enfim... está pronta. Não é bem aquilo que eu sonhava, mas dá para um começo. É... é um começo bem humilde. Ah, dá para se abrigar do sol, do sereno. Vai ser um humilde começo, mas todo mundo precisa de um começo.
SONOPLASTIA: Leão.
PORQUINHO I: (Amedrontado) Um leão. Vou me esconder.
(Porquinho I entra na casa e fecha a porta.)
(Entra em cena o Lobo-Mau. Pará bem próximo a porta da casa e continua a rugir. Subitamente, o Lobo para de fazer barulho. Ele fica estudando a casa.)
LOBO-MAU: (Fazendo como se tivesse farejando algo) (Em tom de cochicho) Estou sentindo um cheirinho de comida. (Lambendo-se) Hum!
(Ingenuamente, o Porquinho I abre uma fresta da porta. Lobo-Mau esconde-se numa posição na qual não será possível Porquinho I avistá-lo. Porquinho I dá uma sondada. Bastante desconfiado, estuda melhor o território.)
PORQUINHO I: Tem alguém aí?
LOBO-MAU: Não.
PORQUINHO I: (Ingênuo) Que bom! O leão já deve ter ido embora.
LOBO-MAU: (Por estar muito próximo ao feno isso lhe causa alergia) Atchim! Esse feno!
PORQUINHO I: (Amedrontado) Q-quem está aí?
LOBO-MAU: (Saindo do esconderijo) Sou eu.
PORQUINHO I: Q-quem é você?
LOBO-MAU: Não está me reconhecendo?
PORQUINHO I: Você não me é familiar.
LOBO-MAU: Sou o Lobo-Mau.
SONOPLASTIA: Leão.
PORQUINHO I: Você é o primeiro lobo que conheço que ruge. Devia trabalhar no circo.
LOBO-MAU: Tá me achando com cara de palhaço? Eu não sou o Leão, mas rujo como ele.
PORQUINHO I: Então, você é um lobo?
LOBO-MAU: Sou... é, mas fique tranquilo. (Em tom de cochicho) Eu sou vegetariano. E não aprecio carne de leitão. Sou chegado mesmo numa (fazendo cara de nojo) alface, (demonstrando estar com náuseas) couve...
PORQUINHO I: Mas você é mau?
LOBO-MAU: É-é-é... o “mau” é de família. Não se preocupe. Não tem nada a ver com minha personalidade.
PORQUINHO I: E-eu não acredito em você.
LOBO-MAU: (Furioso) Eu sou lobo. Adoro um leitão pururuca. E sou mau, muito mau.
PORQUINHO I: O que você vai fazer?
LOBO-MAU: (Rindo) Há! Há! Vou derrubar sua casinha.
PORQUINHO I: (Fechando a porta) Minha casa não cai.
LOBO-MAU: (Sarcástico) De que é a sua edificação?
PORQUINHO I: Ela parece de feno...
LOBO-MAU: Ela é de feno.
PORQUINHO I: Não é não.
LOBO-MAU: É sim.
PORQUINHO I: Não é.
LOBO-MAU: Ela é de feno...
PORQUINHO I: (Abrindo novamente a porta) Por fora. Por dentro ela é de... de... o mais puro concreto. O feno é só para tapear o bobo do lobo.
LOBO-MAU: Eu não acredito em você. Só diz isso porque está com medo. Sei que a tua vida é como a tua casa: de feno. Sem firmeza.
PORQUINHO I: O que?
LOBO-MAU: Você não tem firmeza em nada do que faz. É sua marca registrada. Você sempre vai a igreja...
PORQUINHO I: (Orgulhoso) Reconheço que sou um crente fiel.
LOBO-MAU: Você nunca se converteu.
PORQUINHO I: Fique você sabendo que vou aos cultos todos os domingos.
LOBO-MAU: Você está lá, mas seus pensamentos estão a quilômetros de distância.
PORQUINHO I: Não é verdade. Tá certo que às vezes eu... até me distraio um pouco. Mas isso esporadicamente.
LOBO-MAU: Na hora da oração você boceja e não para de olhar para o relógio.
PORQUINHO I: Afinal, quem é você? Como você sabe?
LOBO-MAU: Adivinhei, não é?
PORQUINHO I: Como você sabe? Frequenta minha igreja?
LOBO-MAU: (Sarcástico) Digamos que sim.
PORQUINHO I: Já sei! Você é o acusador. (Fecha a porta) Vá embora!
LOBO-MAU: Não vou não. Você não tem firmeza. Até diz que aceitou Jesus, mas isso é mentira. (Furioso) E você já me deixou nervoso.
SONOPLASTIA: Leão.
PORQUINHO I: Você é aquele que ruge como leão. Por que não uiva, late, ou sei o que lá, como os teus parentes? Acho que você tem crise de identidade.
LOBO-MAU: Não me amole. Sei que as provações da vida... Qualquer ventinho te abala. Eu vou derrubar teu barraco. (Dá uma lustrada nas unhas) Para isso eu só preciso disso. (Dá um sopro bem suave)
(A casa do Porquinho I cai. Ele sai dos “escombros” amedrontado).
LOBO-MAU: Foi-se a sua casa. Agora eu vou pegar você.
PORQUINHO I: Por favor não, seu lobo.
(Porquinho I corre até a saída)
SONOPLASTIA: Leão.
LOBO-MAU: Eu vou te pegar.
(Lobo-Mau vai atrás do Porquinho I. Sai de cena)
 
(Cortina)
 
ATO II
 
CENÁRIO: Floresta. No meio dela a fachada de uma casa de madeira. Ela deve ter uma porta, talvez até uma janela. Essa fachada deve estar disposta de tal forma que possa cair com facilidade, e que isso ocorra sem colocar em risco a vida dos atores.
(Em cena Porquinho II. Ele está com um pincel e um balde de tinta.
Está dando os últimos retoques em sua casa.)
(Entra em cena Porquinho I. Amedrontado, corre até o Porquinho II.)
PORQUINHO II: O que foi, mano?
PORQUINHO I: (Sem fôlego) O lobo, o lobo...
PORQUINHO II: O que é que tem o lobo?
PORQUINHO I: Ele... ele está vindo aí. Ele derrubou minha casa. (Ajoelhando-se, suplica) Deixe-me abrigar em sua casa.
PORQUINHO II: Bem que eu te falei que o feno não é bom material para construção. Mas cadê o lobo?
PORQUINHO I: Não sei. Acho que é um lobo meio fora de forma, e eu acabei deixando-o na poeira.
PORQUINHO II: (Rindo) Quando você está com medo, não tem quem te alcance.
PORQUINHO I: Ele já deve estar chegando. Me deixe entrar, mano.
PORQUINHO II: Entra aí. Minha casa ele não vai derrubar.
PORQUINHO I: Obrigado, mano.
PORQUINHO II: Leva para mim este balde de tinta. Eu vou ter uma conversa com esse lobo.
(Porquinho I apanha o pincel e o balde e entra na casa.)
 
SONOPLASTIA: Leão.
 
PORQUINHO II: Rugido? Mano, você não disse que era lobo?
PORQUINHO I: É lobo.
PORQUINHO II: Então fim de problema. Um leão comeu esse lobo.
PORQUINHO I: É um lobo que ruge.
PORQUINHO II: Um lobo com crise de identidade.
LOBO-MAU: Porquinho, cadê você? Eu não vou te fazer mal. Só quero conversar. Talvez te passar umas dicas de construção.
PORQUINHO I: (Amedrontado) Ele tá vindo aí. (Bate a porta).
(Entra em cena o Lobo-Mau.)
LOBO-MAU: Cadê teu irmão?
PORQUINHO II: O que você quer com ele?
LOBO-MAU: Digamos que eu quero convidá-lo para o jantar.
PORQUINHO II: Mano, ele é amigo. Tá até querendo te convidar para uma refeição.
LOBO-MAU: Adoro um torresminho. (Lambendo-se) Hum!
PORQUINHO II: (Engolindo em seco) Torresminho? Acho que essa conversa está ficando meio quente demais. (Em tom de cochicho) Mano, não trave a porta.
PORQUINHO I: (Oculto) Você está com medo?
PORQUINHO II: (Gaguejando) M-medo e-eu, não. De jeito nenhum.
LOBO-MAU: Vejo que você também tem uma casa.
PORQUINHO II: N-não se aproxime. Eu tô armado. Uma pessoa nervosa pode cometer uma tragédia.
LOBO-MAU: Sei que você não está armado.
PORQUINHO II: Estou sim.
LOBO-MAU: Ah sei. Para um crente a sua arma é a Bíblia. Mas acredito que teu armamento nem bala não têm. (Desafiador mostra-lhe o peito) Manda bala nesse peito.
PORQUINHO II: Eu vou lembrar de um versículo que vai arrancar o teu pelo. Espere para ver.
LOBO-MAU: Você não vai lembrar do que não leu. Você nunca lê a Bíblia.
PORQUINHO II: (Pensativo) É, eu tenho negligenciado a leitura da Bíblia esses últimos dias.
LOBO-MAU: (Insinuativo) Só a leitura? (Noutro tom) Vejo que também construiu uma casa.
PORQUINHO II: É muito sólida minha construção.
LOBO-MAU: Teu irmão também achava isso. Sei que você construiu essa casa da maneira que você vive. Em especial tua vida espiritual. E a rima não foi proposital.
PORQUINHO II: Não estou entendendo sua acusação.
LOBO-MAU: (Indo em direção ao Porquinho II) Eu te explico.
PORQUINHO II: (Ameaçando estar armado) Não se aproxime.
LOBO-MAU: Você aceitou Jesus...
PORQUINHO II: Há bastante tempo.
LOBO-MAU: Trabalha na igreja...
PORQUINHO II: (Estufando o peito) Pois é, faço parte do louvor. Isso com muita humildade. Mas tenho que confessar que sou o melhor do grupo.
LOBO-MAU: Sei que essa pose já se desmancha. Você é só casca.
PORQUINHO I: (Oculto) Mano, cuidado! Ele não passa de um acusador de meia tigela.
LOBO-MAU: Fique quieto, “senhor coragem”! E apareça.
PORQUINHO II: Não fala assim com o meu mano.
LOBO-MAU: Os teus pensamentos não se converteram. Suas atitudes idem. As dificuldades financeiras te abalam. Você chegou a culpar Deus por ter conseguido construir apenas uma casa de madeira. Você questiona: “Por que prosperam os ímpios?”
PORQUINHO II: Como você sabe? Eu nunca contei isso a ninguém.
LOBO-MAU: Um passarinho me contou.
PORQUINHO II: (Ingênuo) Não dá para confiar em ninguém nessa floresta.
PORQUINHO I: (Abrindo uma fresta da porta) Ele também descobriu os meus pensamentos.
LOBO-MAU: O senhor covarde, você está aí?
SONOPLASTIA: Leão.
PORQUINHO II: (Com medo) Acho que está ficando meio tarde. Vou entrar. Boa noite, seu lobo!
(Porquinho II entra na casa e fecha a porta.)
LOBO-MAU: Tô vendo que encontrei os irmãos covardes. (Sarcástico) Que além da coragem tem em comum a habilidade na construção. Eu vou soprar e derrubar esse barraco.
PORQUINHO II: (Arrogante) Minha casa você não derruba. Ela foi feita de madeira nobre. Eu mesmo construí. Ela é a mais bela da região.
LOBO-MAU: A madeira pode ser nobre, mas as suas atitudes de cristão estão muito longe da nobreza.
PORQUINHO II: (Abrindo a porta, num ato infantil, mostra-lhe a língua) O lobo não é de nada.
(Furioso, o Lobo-Mau toma fôlego e sopra.)
SONOPLASTIA: Vendaval.
(A casa cai. Nos “escombros”, para dar comicidade a cena, os dois porquinhos estão abraçados, com medo. Percebendo o acontecido fogem para fora de cena.)
LOBO-MAU: Se quero jantar hoje, lá vou eu!
(Lobo-Mau vai atrás dos dois.)
SONOPLASTIA: Leão.
(Cortina)
 
 
ATO III
 
CENÁRIO: Floresta. No meio dela a fachada de uma casa de alvenaria. Essa será a casa que não será derrubada. Ela deverá ter uma melhor aparência em comparação as duas anteriores. Deverá ter no mínimo uma porta.
(Em cena Porquinho III. Ele tem nas mãos ferramentas de pedreiro: pá, trena, martelo, capacete. A cena indica que ele acabara de concluir a construção.)
PORQUINHO III: (Orando) Senhor, eu te agradeço por cada tijolo erguido nessa obra. Sei que foi pela tua graça que conquistei mais uma vitória. Foi com muita luta, falta de dinheiro. Muitos diziam que eu não conseguiria. Mas aqui está, Senhor. A Ti toda honra e glória por mais uma benção alcançada. Amém.
(Entram em cena Porquinho I e Porquinho II. Os dois continuam fugindo do Lobo-Mau.)
PORQUINHO I: (Olhando para a entrada) Parece que nós o despistamos.
PORQUINHO II: (Observando a casa do Porquinho III) Que linda a sua casa, mano!
PORQUINHO III: Minha? Hum. Eu recebi do Senhor. Na verdade eu sou mordomo de Jesus. Ele me deu essa casa. Mas no momento que ele quiser me tirar essa posse, Ele terá todo direito de fazer isso.
PORQUINHO I: E nós que achávamos que você não conseguiria.
PORQUINHO III: Se eu tivesse ouvido o teu conselho agora vocês estariam em frente a uma casa de feno. Talvez ela nem estivesse mais em pé.
(Porquinho I engole seco.)
PORQUINHO II: Uma casa como essa é bastante difícil de construir.
PORQUINHO III: E se eu ouvisse você, ela seria de madeira. Poderia até ficar bonita. Mas para quem não tem afinidade com a madeira, eu poderia não colher os melhores resultados. Pode ser que minha casa nem tivesse mais em pé.
PORQUINHO I: É disso que nós viemos conversar com você.
PORQUINHO III: Irmãozinho, não quero ficar te acusando. Mas enquanto você dormia. Só se preocupava com as coisas do mundo, eu me preparava para esse momento. Quando você viu que estava na hora de fazer a sua casa, procurou o modo mais fácil de construí-la. O material que utilizou foi o feno. E agora como está sua construção?
PORQUINHO I: O Lobo-Mau soprou e derrubou.
PORQUINHO III: Vieram os ventos das provações, mas você não tinha uma vida espiritual capaz de suportá-los. Maninho, eu tenho uma coisa para te dizer.
PORQUINHO I: O quê?
PORQUINHO III: A vida não acaba aqui. Temos que lembrar que temos algo melhor nos esperando.
PORQUINHO II: (Com cinismo) Viu?
PORQUINHO I: Eu sei, mano. Estou arrependido.
PORQUINHO III: (Para o Porquinho II) E você?
PORQUINHO II: Xi! Sobrou para mim. Fala, mano. Eu estou preparado.
PORQUINHO III: Como vai a sua casa?
PORQUINHO II: Digamos que... não muito inteira.
PORQUINHO III: Destelhada?
PORQUINHO II: Inclusive.
PORQUINHO III: Fale a verdade. Ela está completamente destruída. Não é?
PORQUINHO II: É... ela desabou. Mas foi culpa do lobo. Malvado. Ele soprou e derrubou.
PORQUINHO III: Todo mundo pensa que você é o melhor construtor. Você é o bom. Você tenta fazer com que os outros acreditem nisso. O pior é que até você já se convenceu disso. É só casca. Deixou que o orgulho te dominasse.
PORQUINHO II: (Desconversando) O Lobo-Mau soprou a minha casinha e ela caiu.
PORQUINHO III: Mais uma vez o vento. A casa de vocês não tinha alicerce. Não foram construídas sobre a rocha.
PORQUINHO II: (Triste) Agora ela está caída.
PORQUINHO I: Maninho, viemos te pedir abrigo.
PORQUINHO II: O Lobo-Mau vem aí. Nós precisamos de tua ajuda.
PORQUINHO I: Por favor, mano.
PORQUINHO II: Prometemos que escolheremos material melhor para a construção de nossas casas.
PORQUINHO I: E eu também lançarei fora a preguiça.
PORQUINHO III: Entrem. Podem se abrigarem na minha casa por algum tempo.
PORQUINHO I: E se o lobo soprar?
PORQUINHO III: (Fazendo alusão a música infantil) Quem tem medo do Lobo-Mau?
SONOPLASTIA: Leão.
PORQUINHO II: Eu tenho!
PORQUINHO I: E eu também!
(Porquinho I e o Porquinho II entram na casa.)
PORQUINHO III: Lá vem aquele que se julga o leão, mas de leão não tem nada.
(Entra em cena o Lobo-Mau.)
LOBO-MAU: Estou vendo que terei contato com a família toda hoje. Vamos acabar logo com isso. O cheiro de vocês me deixa com fome.
PORQUINHO III: O que você quer?
LOBO-MAU: Digamos que vim inspecionar a obra.
PORQUINHO III: Minha casa você não derruba. Cada tijolo representa uma oração atendida.
LOBO-MAU: Sua casa não é tão firme como você pensa.
PORQUINHO I: (Abrindo uma fresta na porta) Vem para dentro, mano. Ele vai começar te acusar.
PORQUINHO III: Ele não pode me acusar de pecados que Jesus já me perdoou.
PORQUINHO II: Vem, mano.
LOBO-MAU: Tô vendo que a família inteira está reunida.
PORQUINHO II: Mano, venha. Ele só sabe nos acusar.
PORQUINHO III: Eu não vou escutar o que ele tem para me dizer. Sou um pecador sujo...
LOBO-MAU: (Interrompendo) Mais uma casa que vai desabar.
PORQUINHO III: Mas eu confesso os meus pecados a Jesus. Pois em I João 1:9 está escrito: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda injustiça.”
LOBO-MAU: Não gosto do teu jeito.
PORQUINHO III: Eu também não morro de amores pelo teu.
LOBO-MAU: (Furioso) Eu te odeio.
SONOPLASTIA: Leão.
PORQUINHO III: Pois eu não nasci para te agradar. Tenho falhas. Sei. Mas sei também que é um acusador sujo. Você é a antiga serpente do Éden. É o próprio diabo, e quer imitar o verdadeiro Leão. Você até pode rugir como leão, mas Leão mesmo é só Jesus.
LOBO-MAU: Você me faz perder o apetite. Agora só quero te destruir. Você e os irmãos covardes.
PORQUINHO III: Tua principal arma é acusar. Eu era réu do inferno. Mas o sangue de Jesus me absolveu. Você não pode mais me acusar. Suas acusações são ilegítimas. Eu é que te acuso de mentiroso. Não vou dar ouvidos a tua voz. Vou entrar na minha casa. Lá você não é bem vindo.
LOBO-MAU: Eu te odeio.
PORQUINHO I: (Abrindo a porta) Vem, mano.
(Porquinho III entra na casa e fecha a porta.)
LOBO-MAU: Eu vou soprar e derrubar a sua casinha. Eu vou achar uma brecha e sua casa vai cair como um castelo de cartas. (Prepara-se para o sopro).
SONOPLASTIA: Vendaval.
PORQUINHO III: É só isso que você consegue, seu lobo. Saiba que Jesus está conosco.
LOBO-MAU: Você não sentiu toda a minha força. (Prepara-se para um novo sopro).
SONOPLASTIA: Vento com maior intensidade.
PORQUINHO III: Mas é só isso que você consegue. Aqui há oração. Mesmo que venha o vento das provações eu sairei fortalecido.
LOBO-MAU: (Quase sem fôlego) Eu... não... soprei com toda minha força... agora você vai ver. (Meio desajeitado, prepara-se para um novo sopro).
SONOPLASTIA: Vento forte, mas que vai diminuído aos poucos.
(Lobo-Mau sopra. Dá a impressão de estar perdendo as suas forças. Seu aspecto muda, teimoso, continua a soprar. Ele dá a impressão de estar passando mau até cair no chão desacordado.)
(Depois de alguns segundos de silêncio, Porquinho I abre a porta e sonda. Porquinho II também coloca a cabeça para fora. Os dois, ainda apreensivos, saem da casa.)
PORQUINHO I: (Observando o corpo do lobo) Parece que ele morreu.
PORQUINHO II: (Rindo) Morreu de tanto soprar.
PORQUINHO I: Eu diria que foi de tanto acusar.
(Porquinho III também sai da casa.)
PORQUINHO III: (Observando o lobo) A luta pode ser grande. Poderá haver tempestade. Mas com Cristo temos esperança da bonança.
PORQUINHO I: E agora?
PORQUINHO II: É. Para aonde iremos?
PORQUINHO III: Espero que vocês tenham aprendido a lição. Devemos saber como estamos edificando nossa vida. Por enquanto abriguem-se em minha casa. Podemos aproveitar para aprendermos na Bíblia dicas de construção.
(Os três dirigem-se para a casa.)
(Cortina.)
 
FIM

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