sábado, 17 de dezembro de 2011

NATAL NA FAVELA


Cenário: Um barraco de favela.
Uma adaptação do texto bíblico. Nesta versão Jesus nasce numa a favela.
Os pais voltarão para Belém do Pará...

Aparece um recenseador e bate na frente do barraco:
RECENCEADOR: Ô de casa, é o Censo.
Sai o dono do barraco:
SEU RAIMUNDO: Pode falar. O que o senhor quer?
RECENCEADOR: Eu sou do Censo e estou fazendo uma pesquisa. O senhor pode responder algumas perguntas?
SEU RAIMUNDO: Se não for demorar muito, pode.
RECENCEADOR: Bom, quantas pessoas moram com o senhor?
SEU RAIMUNDO: Moro sozinho.
RECENCEADOR: O senhor trabalha?
SEU RAIMUNDO: Ás vezes. Quando aparece um bico. Emprego mesmo pra valer, faz muito tempo que não tenho.
RECENCEADOR: E o que o senhor fazia quando trabalhava?
SEU RAIMUNDO: Era pedreiro.
RECENCEADOR: É solteiro ou separado?
SEU RAIMUNDO: Ei meu, que papo é esse? Sou é macho!
RECENCEADOR: Não é nada disso senhor. É apenas o questionário.
SEU RAIMUNDO: No momento estou solteiro.
RECENCEADOR: E qual a renda do senhor?
SEU RAIMUNDO: (irritado) Olha aqui, eu já te falei que sou macho! Ta pensando que uso renda é?
RECENCEADOR: Não, pelo amor de Deus, não é isso. É sua renda mensal, quanto o senhor ganha por mês.
SEU RAIMUNDO: Acho bom. Mais ou menos uns R$ 200.00. Quando consigo alugar um quarto extra que tenho aqui atrás do barraco, aumenta um pouco.
RECENCEADOR: E no momento, este quarto está alugado?
SEU RAIMUNDO: Não, ou melhor, tem gente, mas acho que não vão ter como pagar. São uns coitados que chegaram ontem à noite e pediram para ficar aqui. A mulher tá grávida, logo a criança nasce.
RECENCEADOR: O senhor pode chamar alguém deles para mim, por favor?
SEU RAIMUNDO: Espera um pouco.
O homem sai de cena e na sequencia aparece o inquilino:
SEU JOSÉ: Pois não, o senhor chamou?
RECENCEADOR: Sim. Eu estou fazendo o Censo anual e preciso que o senhor responda algumas perguntas. Qual o seu nome?
SEU JOSÉ: Me chamo José Davi.
RECENCEADOR: E o senhor é casado, seu José?
SEU JOSÉ: Sou sim. A minha mulher se chama Maria de Nazaré.
RECENCEADOR: Vocês tem filhos?
SEU JOSÉ: Ainda não. Mas acho que esta noite a criança nasce.
RECENCEADOR: E como vai se chamar?
SEU JOSÉ: Bom, minha mulher, a Maria, teve uns sonhos meio esquisitos, disse que conversou com um anjo e tem certeza que vai nascer um menino homem e vai se chamar Jesus.
RECENCEADOR: Que bonito nome. E vocês vão morar aqui?
SEU JOSÉ: Não senhor. Paramos aqui, porque não encontramos a casa de uns parentes da Maria e o seu Raimundo foi muito bom e nos acolheu. Mas depois que a criança nascer, vamos voltar para nossa terra, Belém no Pará.
RECENCEADOR: Bom, é só isso. Muito obrigado e um bom final de semana.
SEU JOSÉ: Obrigado, mas final de semana ou dia de semana sem emprego e com fome, é um pouco triste. Mas mesmo assim, muito obrigado e igualmente.
RECENCEADOR: Obrigado e até logo.


José e o recenseador saem de cena. Música de fundo e um choro de criança. Jesus nasceu.
Aparecem Maria com Jesus no colo e José ao lado.
Alguns vizinhos vem visitá-lo.
Maria, José e Jesus saem de cena.
Aparece uma senhora elegante, que pergunta a um vizinho:
SENHORA-1: Por favor, a senhora sabe onde por acaso tem alguma criança recém-nascida por aqui?
VIZINHO: Sei sim. Ontem à noite, nasceu um menino aqui neste barraco. Ele se chama Jesus.
SENHORA-1: É que eu trouxe algumas roupas para doar e gostaria de entregá-las. Muito obrigado pela informação.
A senhora bate palmas e sai José:
SEU JOSÉ: Pois não?
SENHORA-1: – Com licença. Me chamo Maria Antônia e resolvi trazer umas roupas de bebê e me indicaram este lugar. Se o senhor não se ofender, gostaria que aceitasse.
SEU JOSÉ: Mas é claro que sim. Pobre orgulhoso, não dá muito certo não. Como a senhora ficou sabendo que aqui tinha criança?
SENHORA-1: Para falar a verdade, vim por instinto. Senti algo de diferente, que me atraia até aqui.
Nisto chegam mais duas senhoras:
SENHORA-2: Com licença. Eu e minha amiga gostaríamos de saber se há algum recém nascido por aqui?
SEU JOSÉ: Tem sim e é meu filho, o Jesus!!! (José responde
todo orgulhoso)
SENHORA-2: Bom, nós temos alguns mantimentos para doar e não sei se o senhor aceita?
SEU JOSÉ: Claro que aceito. Afinal não é sempre que tem gente disposta a ajudar. Mas como vocês nos acharam?
SENHORA-3: Bom, pode parecer um pouco esquisito, mas foi uma espécie de impulso, não sei.
SENHORA-2: É, foi como se uma força nos puxasse até aqui.
SEU JOSÉ: Ô louco! Vocês tem umas conversas estranhas.
SENHORA-3: O senhor trabalha?
SEU JOSÉ: No momento estou desempregado. Tô com fé que logo arranjo um emprego.
SENHORA-3: Pelo que estou vendo, sua criança Já tem roupas e alimentos por um bom tempo. O senhor aceitaria uma pequena quantia de dinheiro para alguma emergência que possa aparecer? Por favor aceite.
SEU JOSÉ: O que é isso senhora. Não precisa se incomodar.
SENHORA-3: Não, não, eu faço questão.
SEU JOSÉ: Já que a senhora insiste. Muito obrigado.
SENHORA-1: Bom, será que poderíamos ver a criança?
SEU JOSÉ: Claro, só um minuto.
As três senhoras esperam e logo aparecem José com Jesus e Maria atrás. As três senhoras se ajoelham e alguns vizinhos próximos também. Maria fala:
MARIA: Eis o Salvador. É Jesus menino que vem nos salvar. Pequeno, pobre e humilde, assim Ele nasceu. E nós, como estamos acolhendo este menino, que nasce e mora nas favelas, nas ruas, nos becos escuros? Será que Ele não está mais perto de nós do que pensamos?

2 comentários:

  1. depois de apresentar essa peça na igreja tenho que fazer um comentário final como poderia ser esse comenntário??

    ResponderExcluir
  2. Bem, Acho que vou tentar te ajudar, primeiro peça iluminação para Deus. Feito isso o segundo passo é ver o que essa peça nos traz, qual é a sua mensagem pricipal(que ela mostra o nascimento de Jesus trazendo-o para a nossa vivencia e etc) e ai gerar um comentário,acho que não precisa ser uma pregação, uma breve opinião deve bastar.

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...